segunda-feira, 23 de novembro de 2009
MULHER 40
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
O Cristal
Uma coisa leva à outra.
Dia desses estava lavando louça e aconteceu que acabei quebrando uma tacinha de cristal. Quando dei por mim estava sangrando e aí então foi aquele forró, saímos rapidamente para o PA, levei uns pontos, tomei a anti tétano e a vida seguiu seu curso normal, pelo menos aparentemente.
Sou distraída, aliás ando distraída há uns quarenta anos, se é que dá para entender, a vida parece que anda passando ao largo.
Passado o evento, fiquei assim meio chateada e hoje depois de muito tempo, percebi que não se consegue curar a alma.
A alma é como o cristal.
Nem cola, muito menos pílulas resgatam a beleza da alma. Essas últimas apenas embotam suas emoções. São lenitivos para um momento de aflição ou companheiras para a solidão, assim também como o cigarro e o copo.
Trata-se de um mistério insolúvel. Nem o próprio quebrantado alcança a devida compreensão do seu momento.
Não há formúlas, por isso mesmo é extremamente duro andar com a alma quebrada. O cristal encanta por sua transparência, leveza, beleza e principalmente fragilidade, tal qual a alma.
Entretanto, relegamos a fragilidade da alma e só nos damos conta que precisamos de cuidados quando ela está trincada ou já quebrou. Simplesmente nos distraímos.
As festas e o fim de ano se aproximam, vou de encontro com meus cristais, só que estou agora mais aguçada, cuidadosa e prudente. Um corte já foi o suficiente.....segunda-feira, 16 de novembro de 2009
FILHO
MEU FILHO
É A EXPRESSÃO MÁXIMA DA PUREZA QUE ENCANTA E TOCA NOSSOS CORAÇÕES.
A SIMPLICIDADE PERFEITA DA NATUREZA EM SEU PLANO COMPLETO E COMPLEXO.
É A GRAÇA MAIOR DA VIDA, FELICIDADE QUE TOMA CONTA DE TUDO E ESPARRAMA SEUS RAIOS DE LUZ POR SOBRE TODOS.
É O AMOR NA SUA FORMA MAIS SUBLIME E CONCRETA.
É A VIDA QUE SE RENOVA E DESLUMBRA OS JÁ CANSADOS E VELHOS CORAÇÕES.
OXIGÊNIO PARA ALMA.
PAIXÃO PURA PAIXÃO, MEU LINDO MENINO, MEU GRANDE GAROTO, MEU GURI.
TI AMO.
MAMÃE
Emails, torpedos e baratos afins
Pretensamente, resolvi elocubrar sobre um pouco de história e seus efeitos na minha rotineira jornada ou na nossa como queiram.
Desde os primórdios da história do homem, temos envidado esforços para nos comunicarmos, isso é fato.
Atribui-se à descoberta do fogo, uma modificação na dieta dos hominídeos,como também os primeiros recursos de segurança que afastava os animais perigosos com a bendita lux (luz). E FIAT LUX
A verdade é que com o fogo pudemos nos reunir ao redor da fogueira, a emitir sons guturais, ainda que de forma penosa, a trocar experiências, a nos vermos e entendermos melhor. Passamos também a registrar os eventos nas paredes das cavernas, com as famosas pinturas rupestres.
Mais tarde, não necessariamente nessa ordem, utilizamos os sons dos tambores, a escrita, e tantas outras formas de comunicação até chegarmos aos nossos dias.
Entendo eu, que sempre buscamos de alguma maneira estarmos próximos uns dos outros, quer seja para confraternizarmos ou compartilhar emoções.
Notei que continuamos refinando os meios de comunicação, mas, no entanto estamos nos especializando em nos mantermos afastados.
Usamos do subterfúgio dos já rotineiros emails, torpedos e baratos afins para evitar o olho no olho, o calor das conversas pessoais, o prazer de gargalhar junto à um amigo ou até mesmo chorar, por que não?
Não, não é de todo mal o uso desses meios, assim como o homem primitivo que usava o fogo para se salvar e unir, para muitos ainda é uma forma eficaz de combater a solidão e se proteger atrás das telas.
Também eu,na minha caverna moderna, cheia de toda parafernália doméstica, não resisti e me entreguei aos modernismos e estou aqui meio melancólica traçando essas linhas.
Afinal, todos esses engenhos da comunicação não são também para economizarmos tempo e sobrar para outras coisas mais prazerosas?
Francamente, fico chateada com tanta assepsia, ainda prefiro as acaloradas discussões, prosopopéia para boi dormir, ou qualquer outra coisa que o valha ao vivo, com cheiro, sabor e a cores.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Dicas para manchas de roupas
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Meu reencontro com o MAR
Alvorada às sete da manhã, com o pequeno general nos tirando as cobertas de cima dos nossos velhos corpinhos cansados.
Tentamos resistir em vão. Levantamos e começa a rotina do quartel: fralda, roupas limpas, tetê, brincadeiras, brinquedos, e a gente se arrastando...
Atividade física, não precisamos, temos de sobra, quem sabe daqui algum tempo?
Já que não havia a menor esperança de voltarmos para cama tivemos a sublime idéia de viajarmos.O que fazer então? Arrumamos o caminhão de mudanças e seguimos à la praia.
Já acomodados, devidamente trocados, besuntados de protetor solar e carregando uma montanha de tralhas ( mamadeira, suco, toalha, brinquedos, protetor solar, boné, camisetinha, mais brinquedos...) nos lançamos para a areia e o pequeno infante eufórico, saltitante e muito , muito feliz corre para água.
Está lançado o início de nossa exaustiva maratona que consistia em carregar a cada cinco minutos ou menos, o baldinho, o regador e a caçamba do caminhãozinho cheios de água do mar para a areia, onde os castelinhos eram erigidos portentosos e escoados com a água em segundos. Sem falar é claro na bóia e as tentativas de nado sincronizado junto ao pequeno, nós ralando os joelhos no fundo e ele batendo vigorosamente suas pernocas. Reconheço hoje, claramente, que amor de pais é literalmente pau pra toda obra!!!!!
Amigos, desse país com imenso litoral ( só pra lembrar ), será verdade que por causa da idade ou talvez por ser primegesta idosa que:
Nunca mais carregar apenas uma cadeira ou uma toalha para sentar e o protetor solar.
Nunca mais a plantação de latinhas de cerveja enterradas na areia.Quem já fez sabe do eu estou falando. (Antes que os "ecoxiitas" me crucifiquem saibam que todas foram diligentemente recolhidas posteriormente.)
Nunca mais chegar na praia ás dez e dar as costas pro mar ás seis da tarde.
Nunca mais entrar na água e sair só quando os dedos enrugar, ou então se arriscar em mergulhos amadores só para ver algum peixinho colorido e voltar cheia de histórias do fundo do mar.
Nunca mais se "abundar" na cadeira e se deixar perder em pensamentos olhando pro infinito,tô pra ver coisa mais gostosa.Depois partilhar com alguém que você tenha afinidade todos esses pensamentos, tomando uma água de coco,só pra refrescar.
Nunca mais se largar na areia, aos olhos de todos longe da preocupação com a camada adiposa que esconde aquele corpo pré gestação.
Nunca mais caminhar, claro não como a garota de Ipanema, mas com todo charme que nos é também permitido.
Poderia citar milhares de coisas bacanas para se fazer na praia, afinal são algumas décadas de sol.
Saibam que sou resistente e tenho esperanças, afinal todo um imenso e maravilhoso litoral me aguarda até o fim dos meus dias....