sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

DESAPARECIDA ?

           



Pensei em morrer, quem nunca ? Mas logo desisti. 

Definitivamente a morte não seria a solução para desaparecer sem rastro ou vestígios.

Desaparecer seria como nunca ter existido, nunca ter deixado pegadas,  memórias, cheiros, nunca ter dito frases que alguém pudesse lembrar.

É nunca ter sido sombra ou imprimido digitais tocando objetos e almas.

Não ter ocupado espaço, inspirado ou expirado.

Nem sequer poeira que também carrega o essencial  de algo ou alguma coisa que existe ou existiu.

Nem ter sido a possibilidade, a idéia .

Desaparecer é não ser.

Mas, para desaparecer é preciso ter aparecido. 

Por isso desisti dessa idéia e sigo acreditando na possibilidade da inexistência. 

Agora tudo faz sentido quando alguém diz :

Nunca diga nunca.

Nunca Nunca Nunca porque o nunca já existiu.

301222


quarta-feira, 14 de dezembro de 2022









Ah! Acabei de lembrar que adoro vagalumes.

É mágico vê-los a noite na mata.

O cheiro do verde, o ar frio, a água apressada do riacho, um fragmento da lua deitada no céu negro e essas luzinhas voadoras encantadas compõe o cenário de uma memória incrível. (Mauá RJ). Me arrebatando em leveza, simplicidade e contentamento.

Melancolicamente estão desaparecendo os vagalumes, a mata, a beleza da noite e minhas boas lembranças. 

Quem sabe os pisca pisca chineses iluminará os corações enevoados.

081222


 




quinta-feira, 14 de julho de 2022

domingo, 3 de abril de 2022

SOMOS ESTAÇÕES


Somos como as estações.

 

PRIMAVERA


Germino no escuro do útero da mãe e alcanço a luz do sol ao nascer.

Molhada de água, cheia de viço e curiosidade em alçar o céu com mãos buliçosas. E a cada centímetro crescido, mudanças notadas aos olhos do mundo. 

Todas as cores explodem em vibração.


VERÃO 


A energia solar se apresenta com extrema ansiedade por querer viver tudo como se fosse a última vez. O corpo acende em fogo e o foco é o movimento contínuo e vivaz.

O dourado ouro amarelo resplandece nos dias que enganosos parecem não ter fim.


OUTONO


Em outros dias aplacados da euforia do verão juvenil deixo os braços descansados ao longo do corpo e observo plácida o céu azulinho e me torno pensamentos. 

Alaranjados vermelhos cobrem o céu em tardes de Outono. 

Minha estação. 


INVERNO 


Quando assim chegar o inverno desse corpo que abriga a natureza humana, a alma se recolhe quieta e fica esperando a vida passar.

Para quem sabe, quem sabe... a vida retornar em outra primavera. 

E o branco é a cor da vez.

020422

M.A.A

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022