quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Caixa de emails

Fiquei apavorada, minha caixa de emails estava vazia, aquele branco vazio passou a compor a minha aura do dia. Ninguém absolutamente ninguém se interessava por mim, nem sequer um spam ou site de compras, o que houve meu DEUS???!!!!!

Ninguém copiava meu nome para passar pps com palavras de carinho, alento eletrônico, correntes milagrosas, piadinhas que não ultrapassavam um pio. Não estava em nenhuma rede social, ninguém me adicionou, nem o desconhecido e distante parente da minha faxineira. Entrava em um buraco negro, eu de um lado e as pessoas de verdade de outro.Tinha que estender uma ponte para a vida real, mas como, como, fazer???

A luz do monitor brilhando no rosto por muitas horas e dias a fio, SOL? Nem pensar....

Compras na internet, há tempos nem empurrava um carrinho fedido de compras com as porcarias das rodinhas emperradas pelo mercado.Virou saudade.

Conversas só pelo monitor e torpedinhos ou melhor peidinhos pelo celular (pelo menos não tem cheiro). Ria só pelo teclado e dessa maneira: KKKKKK e chorava assim BUABUABUA.

Passei horas cataléptica, era meu fim. Eu não tinha uma vida virtual, só me restava agora encarar de frente as pessoas, eu não sabia mais como fazer pessoalmente. Imediatamente liguei para todos os que conhecia e na intenção de retomar contatos calorosos verdadeiros, oxigenados. Tudo em vão.

Pensei em enviar uma imagem holográfica da minha pessoa para ver se lembravam de mim e também dessa forma incomodaria menos, afinal me fizeram acreditar que pessoalmente tem sido muito perigoso. Posso encontrar alguém manifestando alguma emoção: triste, feliz, zangado, exalando algum odor, emanando ondas de frio ou de calor, o negócio é continuar atrás do monitor, pensei...
O mundo todo estava na rede.

Não me dei por derrotada, enchi meus pulmões e resolve alcançar as ruas e qual o quê? Ninguém olhava mais para ninguém todos estavam com seus celulares, iphones, laptops, tablets ou qualquer outra coisa do vale do silício conectados em alguma coisa, algum lugar ou então alguém virtual.

Por que convenhamos, ninguém atrás de uma mensagem é real ou verdadeiro.

Por fim, exausta me recolhi na minha lúgubre caverna, na espera da campainha tocar, e eu retomar a minha vida social com a presença corpórea de gente de verdade.

Será que ainda tocam a campainha?



No aguardo, no aguardo no aguardo.