quinta-feira, 31 de maio de 2012

A árvore, o gol e o livro





Quero me recostar. Imagino uma árvore, mas não uma árvore qualquer. Uma grande árvore solitária sobre uma colina, emanando fortaleza e mansidão. Abrindo libertária seus galhos e farfalhando folhas nos meus ouvidos. Descanso.
Venho empreendendo um certo esforço em manter vivas as poucas plantas que tenho. Mirradas, equilibram-se dentro do vaso, acaba parecendo que cuido apenas de terra.
Teimosa, sei que as minhas mãos ficam confortáveis apenas na água. Penso, quem sabe, se algas marinhas não floresciam melhor. Abandonei a idéia da árvore.Montei um aquário.
No jogo me sinto sempre um lateral, correndo além das pernas, ganho para o artilheiro banheirista que fica com o gol, a glória e principalmente a acalorada onda de som da torcida. Impagável. De fato, meu marketing pessoal anda em baixa, um aqui, outro acolá, acolhe meu esforço, mas é só. Agora jogo conversa fora.
Organizo palavras para fazer graça, distrair a mente, passa tempo.
O livro, tenho certeza, que todas as histórias já foram escritas,lidas, mas surpresa, descubro que ler e escrever, como na prática didática, se renova e cria-se no dia a dia e de diversas maneiras.
"Acordamos lendo o mundo e reescrevendo da forma como o compreendemos" Não estou bem certa, nem quanto ao autor muito menos ainda quanto ao teor, acredito que a citação é de Paulo Freire, bom se ele não disse assim, ao menos eu entendi dessa forma e é exatamente isso que importa.
Então, não recuo, a idéia permanece aqui, despretensiosa, agora em forma de blog.

"Tenha um filho, plante uma árvore e escreva um livro." Parece fatalista demais, vejamos: Feito isso descanse na eternidade????

sábado, 12 de maio de 2012

IRMÃ ESTRELAR





A irmã de um sorriso inebriante e olhos tristes herdados da mãe. Diferentes no fenótipo e o mundo interior nem se fala, cresceram sobre a mesma sombra de uma generosa árvore que soube preservar as diferenças de seus brotos.

A irmã era LUA ESTRELA, brilhava com sua presença sorridente, sempre cercada de pequenos astros a cirandar em seu entorno. Lá com a cabeça no céu, alçando sempre vôos altos, alimentava seus sonhos igualmente repletos de riquezas temporais e celestiais. Reservava dentro de si um coração aberto sem julgamentos, havia espaço apenas para o curso da sua estrada, e dessa forma seguia como toda estrela solitária.

A irmã TERRA SOLAR, muitas vezes , ressentia a falta da LUA ESTRELA pois, precisava muito de sua presença para controlar os arroubos da maré da vida, mas LUA ESTRELA empreendia num caminho sempre distante.

Encoberta por uma atmosfera pouco favorável, poluída pelo desencanto da vida; LUA ESTRELA se viu com o sorriso esmaecido e o coração assim deixou de ser sonhador e criou-se rijo, enérgico. LUA ESTRELA não perdeu seu encanto, mudou.

TERRA SOLAR, assolada por milhares de explosões, mais que nunca queria estar junto de LUA ESTRELA, sua única irmã. O magnetismo incontrolável dos astros irmãos suplantaram a distância do dia e da noite e se encontravam fugazmente, ora no crepúsculo, ora na aurora.

As primordiais diferenças tornaram-se vento estrelar e se espalharam em cintilantes lufadas em um céu de infinito e profundo azul de admiração e respeito mútuo. Enfim, o planeta fraterno completava a sua harmonia sem a qual não é possível realizar a plenitude da vida.

No entanto,pensando em estar finita a dinâmica planetária, LUA ESTRELA surpreendendo, descobriu-se prenha,fértil de estrelinhas e deu á luz a um astro ainda mais belo e sorridente que a própria matriz.
E tudo novamente mudou, como tem que ser.

TERRA SOLAR nas asas dos ventos estrelares também pariu de alegria um belo solzinho que partilha e desfruta a companhia da estrelinha. E por essa razão que hoje, LUA ESTRELA e TERRA SOLAR ao menos esforçam-se por navegar pelo Universo de maneira mais próxima.

Conspiram juntas, enfim deu-se o encontro.

Com amor para o pé de patalhão.