segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Emails, torpedos e baratos afins




Pretensamente, resolvi elocubrar sobre um pouco de história e seus efeitos na minha rotineira jornada ou na nossa como queiram.
Desde os primórdios da história do homem, temos envidado esforços para nos comunicarmos, isso é fato.
Atribui-se à descoberta do fogo, uma modificação na dieta dos hominídeos,como também os primeiros recursos de segurança que afastava os animais perigosos com a bendita lux (luz). E FIAT LUX
A verdade é que com o fogo pudemos nos reunir ao redor da fogueira, a emitir sons guturais, ainda que de forma penosa, a trocar experiências, a nos vermos e entendermos melhor. Passamos também a registrar os eventos nas paredes das cavernas, com as famosas pinturas rupestres.
Mais tarde, não necessariamente nessa ordem, utilizamos os sons dos tambores, a escrita, e tantas outras formas de comunicação até chegarmos aos nossos dias.
Entendo eu, que sempre buscamos de alguma maneira estarmos próximos uns dos outros, quer seja para confraternizarmos ou compartilhar emoções.
Notei que continuamos refinando os meios de comunicação, mas, no entanto estamos nos especializando em nos mantermos afastados.
Usamos do subterfúgio dos já rotineiros emails, torpedos e baratos afins para evitar o olho no olho, o calor das conversas pessoais, o prazer de gargalhar junto à um amigo ou até mesmo chorar, por que não?
Não, não é de todo mal o uso desses meios, assim como o homem primitivo que usava o fogo para se salvar e unir, para muitos ainda é uma forma eficaz de combater a solidão e se proteger atrás das telas.
Também eu,na minha caverna moderna, cheia de toda parafernália doméstica, não resisti e me entreguei aos modernismos e estou aqui meio melancólica traçando essas linhas.
Afinal, todos esses engenhos da comunicação não são também para economizarmos tempo e sobrar para outras coisas mais prazerosas?
Francamente, fico chateada com tanta assepsia, ainda prefiro as acaloradas discussões, prosopopéia para boi dormir, ou qualquer outra coisa que o valha ao vivo, com cheiro, sabor e a cores.





4 comentários:

  1. Concordo com o "ao vivo e à cores, com cheiros e sabores...." precisamos marcar....
    Estou adorando te ler, mesmo que suas palavrinhas venham assim, através dessa modernidade toda. O prazer em recebê-la por aqui pode não ser o mesmo, mas o agradabilíssimo encontro está valendo muito

    ResponderExcluir
  2. UAU !!! AMEI DEMAIS ... Você consegue nos jogar no tempo,na história,nas nuvens e no chão com uma facilidade incrível ....
    Posso relembrar meu magistério? Posso sim,então lá vai: nota "DEZ",com louvor !

    ResponderExcluir
  3. As pessoas não se olham mais nos olhos, não riem mais juntas...mas o importante é saber a hora de voltar na sala de estar para brincar e até xingar.HAHAHA

    Muito lindo!

    um beijo da tia Therê

    ResponderExcluir
  4. É exatamente assim... cada vez nos ouvimos menos e cada vez menos conseguimos nos entender. Não estou otimista hoje sobre a capacidade humana. E foi assim que li.
    Adorei seu blog.
    Beijos

    ResponderExcluir