terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Excesso de simpatia


Amanheci simpática. Logo no primeiro encontro um eloqüente bom dia, com um sorriso emoldurado no rosto, afinal era um daqueles dias que não sei porque estava feliz. Antes de alcançar a rua, em casa, até ensaiei uns passinhos tímidos ouvindo uma música na cozinha.
No decorrer das horas, o inusitado estado de graça prevaleceu e assim foi na fila do supermercado, quando gentilmente cedi a vez para um senhor (não um idoso) que aguardava com pouco volume na mão. Coisa rara... Supermercado geralmente é muito estressante.
Na manicure elogiei seu trabalho e não perdi a oportunidade de notar o cabelo bem cuidado da moça. Conversei atenciosamente com um estranho a caminho do centro comercial. Dei informações sossegadamente as pessoas que me perguntaram e ainda todas as vezes que esbarraram em mim ou fui esbarrada, relevei gentilmente e em outras pedi desculpas.
Já no carro, no trânsito, com os temporais assolando a cidade, conservei meu bom humor e sempre que podia abria os vidros e trocava palavras solidárias e de incentivo com o motorista ao lado.
O dia realmente parecia belo, o céu azul, os passáros cantando, a vida resplandescendo em toda sua exuberância, pelo menos era assim que me sentia. Tudo a minha volta era perfeito. Nada poderia afetar o meu estado de graça. Exceto é claro até o momento que chego ao banco.
Raramente vou ao banco pessoalmente, mas nesse glorioso dia de congraçamento comigo mesma e com o próximo, fui obrigada a comparecer a agência.
Aguardando calmamente a minha vez até o caixa, e continuando na minha esteira diplomática e simpática, quando chegou a minha vez puxei um papinho com a moça do caixa. Nesse momento vejo desmoronar toda minha positiva disposição.
Não por questões financeiras ou burocráticas, mas sim pela minha óbvia indiscrição, ou melhor, eu diria pelo excesso de simpatia.
A moça do caixa era uma moreninha bonita e de formas arredondadas, inevitável não perceber nesse dia em que tudo e todos mereciam elogios, foi aí então que eu perguntei :
Para quando é o bebê?
O rosto da moça se transformou e imediatamente senti que havia dado uma colossal e imperdoável mancada. Imperdoável por também ser mulher e saber que jamais deve perguntar se a outra está grávida, com exceção do atestado médico ou exame de sangue comprovando o fato. Colossal porque parecia que a enxurrada estava me levando, acho que no fundo era isso que eu queria.
Enfim, a moça educadamente respondeu que não e eu saí arrasada o mais depressa possível daquele lugar.
Acabo de comprovar que realmente os bancos não tem uma energia positiva, é muita gente "urubuzando" grana.
Acho que foi isso....

3 comentários:

  1. Que mancada!!KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
    Aposto que o dia da moça tambem acabou ali!
    Mas a mal que vem pra bem. Quem sabe a moça se ligou que precisa ficar menos redonda e voce que o excesso, até de simpatia, tambem é excesso. Nada como o equilibrio!

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  2. ... posso imaginar o que você sentiu,mas posso lhe falar do que senti todas as vezes em que estive na mesma posição dessa possível grávida
    (e não foram poucas ...). Há males que vêm pra bem. Foram alertas que me impediram talvez de explodir. Cortesia da vida... (Zey)

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  3. idiota diz o que vem na cabeça sem pensar agora a morena vai precisar de psicólogo .

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