sábado, 13 de fevereiro de 2010

80 80 80 80 80 80 80 80 1980 a década


Os anos 80 assim como nos 60 trouxeram em seus dias muitas mudanças e histórias que dariam um livro de perspectivas políticas, sociais, artísticas, estéticas e porque não revolucionárias. Mas simplesmente vou me ater a superfície de algumas experiências pessoais.
Lembro-me quando completei 18 anos e meus amigos da rua fizeram uma festa surpresa. Éramos um grupo grande de adolescentes que passavam noites inteiras conversando e rindo na calçada em frente à casa de uma amiga. Viramos o terror da vizinhança, que era composta por senhores aposentados que se ressentiam pelo barulho que fazíamos ou talvez pela nostalgia da juventude já passada ...
Nas noites de frio ou de calor nada mudava o ânimo de nos encontrar e reafirmar que o mundo nos pertencia, afinal, éramos jovens e tudo estava a nossos pés. Um horizonte infindável de oportunidades e descobertas sempre vistas com olhos esperançosos onde tudo sempre dá certo.
O viço da pele também era o das idéias, das primeiras viagens em bandos de amigos, das festas, das acaloradas discussões, dos amores juvenis cheios de eternas paixões que duravam até a próxima semana, de opiniões que se delineavam de acordo com a formação de cada um. Do grupo saíram os rebeldes, peões de fábrica, os reacionários, os intelectuais, os casadouros, os malucos incuráveis, os artistas, os homens de fé, donas de casa enfim toda sorte de perfil social.
Era muito comum caminhar de madrugada pela cidade, o terror parecia não existir e se existia simplesmente ignorávamos, afinal éramos super heróis geração 80. Quando os garotos começaram a trabalhar, todos ou pelo menos a maioria tinha moto, o que era um terror para as mães e a velha vizinhança . Passamos a sair sempre motorizados e naquele tempo (década de 80), sequer nos preocupávamos com capacete. Aliás, tudo era mais leve, porque íamos a praia ou a piscina e ficávamos o dia todo sob o rei SOL, e filtro solar só em conto de ficção científica, isso também valia para cinto de segurança, e tantas outras coisas... E posso afirmar que todos sobrevivemos e com poucos arranhões. Também não nos preocupava o politicamente correto porque tudo era correto! Era uma liberdade ingênua e "seguramente mais segura" que a atual. Ah! e tudo isso e mais muitas outras coisas, algumas até inenarráveis foram permeadas por muita música: o bom rock nacional, heavy metal, rock, rock balada, mpb, punk rock, mais tarde jazz e blues e tudo de bom que as sonoras ondas podiam nos proporcionar aos ouvidos. Créditos também para um jeans rasgado, um tênis sujo e uma camiseta com apelo político, musical ou qualquer outra coisa. Acredito também, que vale ressaltar que a grande maioria do grupo era da escola pública que apesar de dar sinais de desmantelamento da estrutura, havia ainda alguns oásis de conhecimento e cultura. Muitos de nós transitaram pelo mundo acadêmico sem grandes dificuldades.
Como se vê, celulares, pcs, netbooks, notebooks, wii, tatuagens, piercings e muitas coisitas descritas aqui ou esquecidas não fizeram a menor falta na nossa ritual passagem da juventude para maturidade onde a realidade nos encontrou sem grandes traumas.

3 comentários:

  1. Uau...e era assim mesmo!! Qtas saudades daquele tempo, onde não havia tanta violencia, onde reunir amigos era coisa bem barulhenta...kkk, éramos no min...uns 30 jovens....os bailes de garagem..Ai ai ai!!
    Quem curtiu aquela época curtiu, quem não curtiu vai ter de se contentar com os remix...kkk

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  2. ...menina,como você está escrevendo bem...como
    você consegue trazer lembranças que você nem sabia que eu tinha...Que magia...Ficaria horas lendo você.Bjks (Zey)

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  3. Obrigado pelo seu incentivo, quando vc não comenta até faz falta, obrigado mesmo!!!!
    VALEU!!!!

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