Conheci a tal pernóstica, em uma dessas tardes modorrenta (como diria meu finado sogro), estávamos todos meio sonados. A figura entrou parecendo o carro da família Adams, com aquela nuvem negra em cima e acelerando. O departamento ficou em polvorosa!
Ouvia-se muitas coisas sobre ela: a palavra final cabia à ela, ela sabe tudo, ela é observadora, ótima profissional, impecável administradora, enfim criou-se uma aura de perfeição para a personagem. Tinha até um certo receio em encontrá-la, mas também uma expectativa em conhecê-la.
Refeita do susto em ver aquela, digamos, espaçosa senhora, passei as observações.
A mulher parecia uma betoneira em um jardim de tulipas, esbravejando com tudo aquilo que acreditava estar incorreto, jamais admitia estar equivocada, estava acima de tudo e principalmente de todos nós. Nos lançava olhares por cima dos óculos. Extremamente melindrada com qualquer comentário ou sugestão contrária as suas idéias. Era pura TPM.
Montanhas de papéis voavam quando ela se movia, também tenho que admitir que o lugar não era lá muito organizado, mas funcionava.
A pernóstica cansada da passagem teatral, sentou-se à frente de uma das máquinas do escritório(pc) e o suor a correr-lhe, parecia estar em transe, não se mexeu durante alguns segundos, depois metralhou inúmeras perguntas.
No intervalo entre um perdigoto e outro, que caia no meu rosto primaveril, consegui fazer uma intercessão:
Senhora, está salvo em algumas pastas aí no micro, basta verificar. Senti, então que o mundo havia desabado:
A mulher sequer sabia ligar o monitor, quanto mais encontrar um documento na máquina. Mais tarde, soube que mal sabia digitar.
Até hoje, não sei como continuo no cargo, afinal desmantelei as muralhas da poderosa SUPER PERNÓSTICA, despretensiosamente, é claro!
E vejam só, era uma sumidade....
Ouvia-se muitas coisas sobre ela: a palavra final cabia à ela, ela sabe tudo, ela é observadora, ótima profissional, impecável administradora, enfim criou-se uma aura de perfeição para a personagem. Tinha até um certo receio em encontrá-la, mas também uma expectativa em conhecê-la.
Refeita do susto em ver aquela, digamos, espaçosa senhora, passei as observações.
A mulher parecia uma betoneira em um jardim de tulipas, esbravejando com tudo aquilo que acreditava estar incorreto, jamais admitia estar equivocada, estava acima de tudo e principalmente de todos nós. Nos lançava olhares por cima dos óculos. Extremamente melindrada com qualquer comentário ou sugestão contrária as suas idéias. Era pura TPM.
Montanhas de papéis voavam quando ela se movia, também tenho que admitir que o lugar não era lá muito organizado, mas funcionava.
A pernóstica cansada da passagem teatral, sentou-se à frente de uma das máquinas do escritório(pc) e o suor a correr-lhe, parecia estar em transe, não se mexeu durante alguns segundos, depois metralhou inúmeras perguntas.
No intervalo entre um perdigoto e outro, que caia no meu rosto primaveril, consegui fazer uma intercessão:
Senhora, está salvo em algumas pastas aí no micro, basta verificar. Senti, então que o mundo havia desabado:
A mulher sequer sabia ligar o monitor, quanto mais encontrar um documento na máquina. Mais tarde, soube que mal sabia digitar.
Até hoje, não sei como continuo no cargo, afinal desmantelei as muralhas da poderosa SUPER PERNÓSTICA, despretensiosamente, é claro!
E vejam só, era uma sumidade....
Que bárbaro!
ResponderExcluirMe fez lembrar certos políticos?!?!
Acho que todas nós já encontramos alguém assim...ONIPOTENTE, ONIPRESENTE e que se sente ACIMA DE TUDO e de TODOS, mas o tempo se encarrega de mostrar-lhe que está também EQUIVOCADA
ResponderExcluirMuito bom o texto, devia ser professora dePortuguês e não de Geografia, apesar que advocacia requer desenvoltura com as palavras.Bjs stou c/ saudades.
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