Roberta é uma daquelas figuras que se não fosse pelo perfil romano, há que se falar da personalidade do seu nariz, seria reconhecida pela sua impressionante capacidade de envolver as pessoas em suas histórias debochadas. Essa figuraça sempre está enredada ou testemunhando alguma "gafe". Incrível mas ela não perde uma ! Tudo vira uma grande história dramatizada em seus gestos largos recheados de gargalhadas. É implacável, desde tropeços de breacos que soltam as frangas em reuniõezinhas caseiras, até refinadas festas onde as "senhoras" perdem suas próteses capilares e a compostura.
Dia desses, nossa amiga Roberta, meio que por acaso foi dar em uma dessas festas de bacana, uma cobertura muito bem decorada, "gentes chiques" disse ela.
Na festinha, pessoal meio tontinho das champanhotas, frisantes e outros birinaites, música rolando alto e ela dançando feito um perú de véspera (diga-se bêbado), ou seja o processo já todo instaurado. De repente, num lampejo de sobriedade Roberta olha para um dos garçons e percebe que o cabra estava tirando a camisa, equilibrando a bandeja e de quebra requebrando os quadris.
Sem as austeras vestimentas de garçon, ela notou que os moçoilos eram de diversas etnias: afro descendentes, orientais, nativos, caucasianos ao gosto do freguês.
Até então, era exigir demais de sua capacidade de discernimento, foi quando aí....Uma íncrivel luz iluminou seu cérebro. Ela estava numa roubada.
Das duas uma: ou ela ficava e aproveitava a bandalheira ou corria dali até perder o folêgo. Escolha feita: dançou até o raiar do dia, "fotografando" todos os micos dos presentes. Diversão garantida para ela e para nós com mais uma de suas histórias.
As senhoras de reputação ilibada atacaram o peitoril, a traseira e outras partes dos "serviçais" e passaram a dançar muitíssimo desinibidas o rebolation e outras coreografias que só valem a pena se ela, Roberta , contar pra gente rir.
Escrevi isso porque uma colega de trabalho me disse que eu estava gorducha e lembrei que existem algumas pessoas especiais que gordinhas, esquálidas, carecas ou cabeludas, a gente quer sempre ter elas por perto, porque nos fazem felizes, são leves e livres do pecado.
Bom, para arrematar, ainda que duvidem, além de festeira convicta, Roberta Fabrizia como se não bastasse é linda como a música do Caetano, uma fonte inesgotável de energia, mãe judia daquelas, esposa companheira e amiga que faz falta em todas as ocasiões, desde velórios até as já decantadas festinhas.
(E quanto a minha colega de trabalho mineirinha, não vou prometer pra ocê que emagreço, mais vou me esforçar, tá Tobinha?)